domingo, 21 de setembro de 2008

“Metida tenho a mão na consciência
e não falo senão verdades puras
que me ditou a viva experiência”.
(Luís de Camões)

Aqui se encontram, entre outros textos, declarações feitas no passado por destacadas figuras políticas de Pernambuco e do Brasil. Muitas delas, passaram a dizer e fazer, exatamente, o contrário do que antes disseram e fizeram. Ou se tornaram aliadas e, até mesmo, apologistas de figuras e políticas que antes criticaram e denunciaram. Gostariam muito de apagar a memória. Mas como diz o ditado popular, “pancadas dadas e palavras ditas, não há quem tire”.


A veracidade de tudo o que é exposto poderá ser conferida nas fontes citadas.

Jarbas Culpa Governos do PFL por Crise Industrial do Estado”

“O ex-prefeito do Recife, Jarbas Vasconcelos, atribuiu, ontem, o fato de Pernambuco apresentar o pior desempenho industrial do País aos sucessivos Governos da Arena, PDS e PFL, que se alternaram por quase três décadas no Poder”

“De acordo com Jarbas, neste período as políticas sociais foram privatizadas para beneficiar os ricos, e não seria num passe de mágica, ao longo dos três anos em que permaneceu na Prefeitura do Recife ou de três anos e meio em que Arraes esteve no Governo do Estado, que os efeitos dessa situação poderiam ser anulados”

(Diário de Pernambuco, 23/11/90)

Jarbas Denuncia Governos de Maciel e Magalhães

“As grandes fábricas foram fechadas em Pernambuco nos governos de Marco Maciel e Roberto Magalhães. Nenhuma delas foi fechada durante a gestão de Arraes, e o candidato do PFL reconheceu isso no debate que tivemos pela TV Jornal “ única e exclusivamente aos governos que antecederam aos da Frente Popular, aos governos, inclusive, de Marco Maciel e Roberto Magalhães”

(“Jarbas: cartada decisiva da esquerda” – Jornal do Commércio, 30/9/1990)

O Rombo do Bandepe nos Governos do PFL”

“A Frente Popular de Pernambuco denuncia que durante as administrações dos ex-governadores Marco Maciel e Roberto Magalhães foram praticadas as irregularidades abaixo relacionadas no Banco Estadual de Pernambuco Bandepe) todas elas apuradas pelo Banco e encaminhadas á Polícia Federal e ao Banco Central.
. Saques a descoberto no valor ce Cr$ 20 bilhões.

. Empréstimos concedidos, sem garantia, a 11 usineiros do Estado no valor total de US$ 30 milhões de dólares (Cr$ 2.172.000.000,00, em agosto/90)

. 541 doações a instituições fantasmas no valor de Cr$ 15 milhões. Grande parte dos cheques acabaram depositados na conta do vice-presidente do Banco à época.

. Promoção indevida de funcionários, em até 6 estágios, em flagrante desrespeito ás normas legais vigentes, beneficiando inclusive um filho do ex-vice-presidente do Banco, à época.

. Aquisição pelo vice-presidente na época de um imóvel que havia sido oferecido em garantia de uma dívida junto ao Bandepe.

. Compra excessiva de material de expediente, a preços superiores aos do mercado (em alguns casos até seis vezes esses valores), às vésperas da mudança de administração (09 de março de 1987)
. Aquisição de imóveis por valores superiores à avaliação técnica, beneficiando parentes e amigos de ex-diretores.

(Nota oficial publicada no Diário de Pernambuco de 18/9/1990. Palavras em negro segundo o original)

Joaquim, Magalhães e Maciel no Carrossel de Collor

“ Joaquim, Maciel e agora Magalhães farão revezamentos nas manifestações pro-Collor no Interior e na Capital. ‘Vamos trabalhar no estilo carrossel’ – disse o prefeito, que no final da semana ficará na capital para participar de arrastões e caminhadas pelos bairros da cidade.”

(“Joaquim critica Jarbas – Jornal do Commércio, 07/12/94)

Marco Maciel Segundo Cristina Tavares

“A análise da administração Marco Maciel no Estado de Pernambuco foi uma tragédia. Se essa história for escrita, esse rapaz será julgado por um tribunal popular. Os gastos públicos para prestígio pessoal, para uso pessoal, o desprezo com que ele vê o bem público, a administração séria. Vou acrescentar duas coisas na administração Marco Maciel que o levariam tranqüilamente num país razoavelmente organizado, aos tribunais. Ele seria processado pelo código penal e não pelo código civil, no momento em que ele faz aquelas barragens alka-seltzer no sertão, barragens com tal irresponsabilidade que na primeira chuva a barragem explode. Até a sabedoria popular botou o nome dessa barragem de ‘barragem alka-seltzer – botou água ela efervesce. O que é o CLAD em Pernambuco? O CLAD É O Centro Latino de Desenvolvimento da Informática. É uma organização fictícia para dar suporte político, administrativo e prestígio a Marco Antônio Maciel. Eu acho uma das figuras mais lastimáveis. Eu prefiro conviver com o general Golbery do que com Marco Antônio Maciel, porque o Golbery pelo menos tem uma tese, tem uma geopolítica, ou contra ou a favor. Marco Maciel, você não tem nada.”

*Cristina Tavares, entrevista a Marcelo Mário de Melo e Cléristom, Rei da Notícia, Recife, ed. 19-.AGO-1967

Marco Maciel Contra Medidas Provisórias


“...Marco Maciel acha indispensável rever as medidas provisórias, que conferem ao presidente da república a prerrogativa de legislar sobre qualquer assunto. Segundo ele, as ‘MPs’ geram mais insegurança do que o decreto-lei do regime militar, porque mesmo que sejam derrubadas pelo Congresso os efeitos que produziram não são revogados. Com o decreto-lei era diferente: caso ele fosse rejeitado, eram nulos os efeitos por ele criados no curso de sua vigência”

“Para exemplificar como as ‘MPs’ foram usadas abusivamente pelo Poder Executivo, desde a posse do novo presidente da República, o senador pernambucano teve o cuidado de fazer os cálculos e chegou à seguinte constatação: Collor editou uma média de duas medidas provisórias a cada semana, o que representa uma demonstração cabal do esvasiamento do poder legiferante do Congresso. Por isso, sem querer retirar o Executivo algumas prerrogativas que lhe permitam exercer o poder com mecanismos que impliquem agilidade nas decisões, ele acha indispensável que o Congresso Nacional encontre uma outra fórmula para substituir as medidas provisórias”

(“Eles estão eleitos. Que vão fazer? – Jornal do Commércio, 22/10/1990)

Marco Maciel Edita 408 Medidas Provisórias

“Como presidente da República Interino, Marco Maciel sancionou 111 leis, editou 408 medidas provisórias, baixou 1.527 decretos, assinou 922 mensagens ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal e exarou 230 despachos”

“Marco Maciel 256 Senador” – brochura publicitária do candidato nas eleições de 2002)

Marco Maciel Segundo Élio Gaspari

“Era contra a reeleição, mas nela incluiu-se em nome do que chamou de ‘bom continuísmo”

“Em 1990 anunciou: ‘vamos voltar a crescer ainda este ano, com a retomada do campo social’. Em janeiro, prognosticava um crescimento acima de 5% para este ano. Se der 2%, será muito”.

“Maciel condenou a ‘exclusão social’ num artigo em que se referiu à escravidão como ‘página mal escrita de nossa história’. Associou os ‘índices do desempenho social brasileiro ao ‘peso da herança histórica e da realidade sociológica do País’. Parolagem. Não há página mal escrita na história. Há história mal escrita na página. Também não há herança histórica. O que há é uma história de heranças que, em Pernambuco, destroçaram a sociedade,comeram a Sudene e estão comendo o Banco do Nordeste.”

“A ‘exclusão social’ que a turma do doutor Marco condena ás vésperas de uma eleição presidencial é produzida e preservada com a colaboração decisiva de pessoas honestas e cordiais. Deixam tudo como está e, de quatro em quatro anos, dão uma empulhadazinha na patuléia. Denunciam o que fizeram, pra continuar fazendo a mesma coisa”

(“Os ‘excluídos’viraram bordão – Élio Gaspari, Jornal do Commércio, 25/11/02)

Fernando Henrique e a Questão Social

“O Brasil está convivendo com tanta pobreza e miséria porque os grupos de poder ainda não decidiram atacar de rijo a questão. Mesmo com as enormes dificuldades econômicas, a ação pública eficaz – sem corrupção, sem clientelismo e melhor financiada – será capaz de diminuir a pobreza. Mas para isso é preciso consciência social, vontade política e uma ação pública (governo, Congresso, administração), que motive a sociedade”.

(Ainda a ação do Estado, artigo de FHC - Folha de São Paulo 14/5/1992)